À medida que a pandemia do COVID-19 se faz presente no país, é essencial atender às necessidades educacionais dos bebês, crianças, jovens e adultos, no período de isolamento, para mitigar o impacto educacional durante esse período. É imperativo garantir a saúde dos nossos estudantes, fornecendo apoio emocional e possibilidades de aprendizagem.
Por esse motivo, a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo organizou estratégias para que os estudantes continuem tendo oportunidades de aprendizagem junto aos seus professores:
1. Material impresso que será enviado para todos os estudantes;
2. Ambiente virtual para envio de atividades para os estudantes;
3. Aulas pela TV.
Estão presentes aqui algumas informações e alguns passos para que a “volta às aulas” seja possível para todos os estudantes e educadores.
1. Materiais impressos
Todos os estudantes da Rede Municipal de Ensino receberão em suas casas um material impresso com atividades que deverão realizar por um período de dois meses. Para isso, a organização de uma rotina de estudos será fundamental. Caso o retorno às aulas presenciais aconteça antes da finalização do material enviado para os estudantes, as atividades terão continuidade na escola.
Na carta de orientação aos familiares, indicamos algumas possibilidades de organização dos horários. De toda forma, o contato com os professores será importante para que os estudantes se familiarizem com uma rotina de estudos, em casa, e a regularidade na realização das diferentes atividades durante esse período.
Para os bebês e as crianças da Educação Infantil, sugerimos atividades que envolvam interações, brincadeiras, jogos e diferentes experiências para garantir a continuidade das aprendizagens com seus familiares.
Para as crianças, jovens e adultos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA, há indicações de atividades que envolvem as quatro áreas do conhecimento.
Todos os materiais estarão disponíveis no portal da SME para acesso dos professores e comunidade escolar. A produção do material foi realizada pelos educadores que atuam na Coordenadoria Pedagógica - COPED e nas Diretorias Regionais de Educação - Dres. Algumas das atividades indicadas foram retomadas de materiais já publicados anteriormente pela SME, e outras são inéditas para os estudantes.
2. Plataforma de Aprendizagem
Além dos cadernos impressos, será necessário que professores e estudantes estejam em contato de forma online. Por esse motivo a SME, em parceria com a Google, disponibilizou aos professores da Rede o Google Sala de Aula, plataforma que será utilizada, diariamente, com os estudantes para a continuidade dos estudos.
Através da plataforma, professores poderão responder dúvidas dos estudantes em relação ao material impresso, que receberam em casa, e continuar o processo de ensino e aprendizagem com os meninos e meninas. Para isso, alguns passos deverão ser feitos: a. Equipes Gestora e Docente precisam criar um grupo de comunicação para planejar as atividades que serão realizadas com os estudantes. Há diferentes aplicativos e plataformas que podem ser utilizados para as reuniões virtuais. b. Será necessário desenvolver um plano para continuidade das atividades escolares. As metas curriculares precisam ser revistas e é fundamental definir o objetivo de cada semana de aula para, ao final, analisar o que foi alcançado e o que precisa ser reformulado para a próxima semana. c. Ter esse registro é prioritário para que professores e estudantes não se percam no processo de aprendizagem. Socializar com os estudantes o que se espera deles, em cada semana, será essencial para a organização da rotina de estudos. Isso poderá ser feito de maneira ágil e organizada por meio do Google Sala de Aula.
Os resultados da Prova São Paulo indicam quais são as habilidades que os estudantes apresentaram mais dificuldade no ano de 2019. As avaliações internas trazem um panorama dos desafios da escola e de cada componente curricular. Esses são pontos de partida para a “volta às aulas”: retomar aquilo que os estudantes têm dificuldade para potencializar a aprendizagem.
As mudanças são necessárias
Esse é um ótimo momento para reinventar estratégias e testar o uso de ferramentas tecnológicas que potencializam os processos de ensino e de aprendizagem. Temos certeza que as aulas não serão mais as mesmas quando todos voltarem para a escola. A tecnologia continuará presente para que haja mais engajamento e diferentes oportunidades de aprendizagem significativa.
Flexibilidade e paciência são necessárias nesse momento. Vale lembrar que a maior parte dos estudantes já usa celular ou tablet e estão prontos para acessar as ferramentas que os manterão conectados e engajados com as atividades escolares.
Levantamos algumas dicas para que o processo de uso da tecnologia se efetive:
Para os gestores escolares a. Comunicação. O alinhamento entre a equipe escolar é necessário para a continuidade das aulas. Organize grupos virtuais para compartilhar informações e orientar os professores. É possível criar uma sala de aula virtual no Google Sala de Aula ou utilizar outra plataforma. b. Registro. Organize documentos compartilhados para o registro dos professores. Semanalmente, deverão inserir, previamente, a organização das aulas que farão com os estudantes, além do registro do que efetivamente aconteceu. Tais documentos serão fundamentais para a comprovação da realização das atividades no momento da retomada do calendário escolar. c. Trabalho coletivo. Os professores deverão organizar planos coletivos para atender os estudantes. Quais professores indicarão atividades em cada um dos dias da semana? Quais professores estarão no plantão dúvidas? É necessário que haja um plano para ser apresentado aos estudantes para que se preparem previamente para as aulas. d. Orientação e devolutiva. Os coordenadores pedagógicos (e diretores) deverão acompanhar os planos de aula dos professores dando dicas e devolutivas sobre as aulas. Nesse momento, é a equipe gestora que, tendo a visão do “todo”, poderá indicar aos professores os necessários reajustes no processo. Os PAEEs, também, devem elaborar, em conjunto com os demais professores, orientações para os familiares e estudantes com deficiência, para que possam acessar as atividades. e. Diversidade de materiais. Os gestores podem indicar aos professores ferramentas e conteúdos para incrementar as aulas que serão dadas, auxiliando-os no planejamento semanal. f. Contato com os familiares. É importante criar um canal de comunicação com os familiares para que tirem dúvidas e possam ter o apoio da escola no momento em que os estudantes estão em casa. Além disso, a conexão com os estudantes passa pelo apoio dos familiares e o entendimento que esse processo é primordial para a aprendizagem.
Para os professores a. Coletivo. Neste momento em que os processos de ensino acontecerão de forma diferente, aprender uns com os outros será fundamental. Há em todas as Unidades Educacionais professores mais experientes com o uso de tecnologia e que poderão dar apoio aos demais. Criem grupos de professores do mesmo ano, do mesmo componente (ou outras configurações) e tracem planos conjuntamente. b. Planejamento. As ações só acontecerão da melhor forma possível se houver planejamento de cada um e de todos os professores. Façam documentos compartilhados por ano ou componente e registrem tudo que será realizado com os estudantes para documentar o processo. Isso será a chave para a organização dos estudos. c. Atividades. É imprescindível diversificar as atividades realizadas com os estudantes. Uma videoaula, a indicação de um filme, a correção de tarefas já realizadas, dentre tantas outras possibilidades (registradas no plano), farão parte do dia a dia da aula. Mas não é necessário estar online com os estudantes o tempo todo. Façam indicações de tarefas que eles resolverão sem a necessidade de estarem conectados. Importante nesse processo é garantir que todos os estudantes tenham suas dúvidas resolvidas e consigam organizar as próprias rotinas de estudo.
Dica: os primeiros dias da “volta às aulas” podem se organizar com as temáticas sobre a pandemia e, também, sobre a organização da rotina de estudo. Cada escola pode planejar a forma de fazer isso: vídeo, história ou encontro ao vivo. Aqui vale a imaginação para engajar todos os estudantes! d. Rede colaborativa. As escolas podem criar redes para compartilhar os planos e as práticas realizadas. Muitos educadores já têm videoaulas ou canais no youtube que podem servir para incrementar as aulas planejadas por outros professores. Nesse momento, vale usar conteúdos que já estão prontos na internet (dos próprios professores, sites, canais etc.). e. Comunicação entre os estudantes. Os meninos e as meninas conversam o tempo todo. Vale o envolvimento contando com a ajuda dos próprios estudantes. Eles têm grupos em diferentes aplicativos. Usar esse contato é importante para engajar a maior parte dos estudantes nos processos de aprendizagem.
E vale para todos!
Os saberes trazidos na Matriz de Saberes do Currículo da Cidade agora, mais do que nunca, precisam permear a vida e as ações de todos os educadores e estudantes.
É preciso ter vontade de aprender, abertura para o novo, resiliência para passar por um momento diferente para todos.
